Situada na margem sul do Rio Tejo, a poucos quilómetros da vila de Salvaterra de Magos, está a pequena aldeia do Escaroupim. Curioso povoado habitado pelos descendentes de uma das mais peculiares migrações internas que Portugal conheceu: os avieiros. A casa típica avieira deriva da tradições de construção trazida pelos avieiros, ela é cópia dos vários palheiros erguidos sobre estacas que se estendiam pelo areal da praia de Vieira de Leiria.
A casa típica avieira é de construção simples mas possui um conjunto de características que lhe dá uma especificidade cultural e a individualiza. É em geral de pequenas dimensões, pintada com cores, está assente em pilares devido às constantes inundações do Tejo, o acesso faz-se pelas escadas exteriores que se ligam à varanda por onde se abrem as portas. Os interiores são arrumados e asseados, destacando-se três espaços: a cozinha, onde a um canto se vê a lareira feita com tijolos e cheia com terra batida, a pequena mesa das refeições e as prateleiras onde guardam a loiça. Separada por tabiques de madeira que não chegam ao teto estão as outras divisões: a sala e os quartos. Na sala destaca-se os baús onde guardam a roupa e alguns utensílios de pesca, nos quartos a cama de ferro, o colchão cheio de palha e a manta lobeira são os elementos mais visíveis. Por cima dos quartos uma pequena placa de madeira serve de sótão onde guardam as redes de pesca. Nas paredes como elemento de decoração predominam os quadros de imagens religiosas e de natureza morta, as portas interiores são substituídas por cortinas de alegres ramagens.
Casa Tradicional de Glória do Ribatejo
A Casa Tradicional de Glória do Ribatejo foi criada em 1988, pela Associação para a Defesa do Património Etnográfico e Cultural de Glória do Ribatejo (ADPEC). Todo o espólio que completa este espaço museológico é fruto das recolhas efetuadas pela ADPEC, junto da população gloriana.
Ao transpormos a porta de entrada, deparamos com duas divisões: a divisão mais espaçosa é constituída pela cozinha e a “sala de fora”, a outra divisão é o quarto, sendo a sua privacidade defendida apenas por uma cortina; nas traseiras da casa encontra-se um outro anexo, o quintal onde se destaca o forno de cozer o pão. Em ambas as divisões o chão é de terra batida, também designado de “salão”. A cozinha funciona como o centro do pequeno mundo familiar, pois era ao “canto” (lareira), que cozinhavam, comiam e se reuniam. Um objeto de decoração no “canto” é a “boneca”, que se encontra na lareira.
A “casa de fora”, é considerada o cartão de visita da casa, aqui o olhar prende-se logo com a cantareira, que é uma estrutura em argamassa, onde se guardavam loiças, que raramente são usadas, pois as peças aqui presentes são herdadas dos seus antepassados, por isso constituem uma ligação afetiva que não se deve quebrar, neste mesmo espaço está o “pial”, onde se guardavam os cântaros e as quartas para a água, que a mulher logo de manhã ia buscar à fonte.
Na “sala de fora”, encontramos a “mesa do espelho”, onde são colocados vários objetos decorativos: garrafas, loiças, fotografias entre outros. Junto às paredes destacam-se os baús e arcas para guardarem as roupas e a salgadeira para a carne, nas paredes destacam-se as prateleiras e estanheiras, habitualmente pintadas de cores garridas. Para entrar no quarto, há que desviar uma cortina e nesta divisão destaca-se a cama de ferro, cujo colchão é cheio com palha de arroz, sendo os lençóis devidamente ornamentados com bordados a ponto de cruz. Finalmente nesta divisão é visível o pequeno berço, se porventura o casal tivesse mais que um filho, o que era muito usual, estes tinham que dormir numa esteira que era estendida junto ao canto.
O último anexo que constitui este núcleo museológico é o quintal onde uma parreira preguiçosa cresce e onde se encontra o forno de cozer o pão, com todos os seus utensílios. A visita está sujeita a marcação prévia.
Morada | Rua da Fonte Velha, 10, 2125 Glória do Ribatejo
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Centro de Documentação e Estudos Etnográficos de Glória do Ribatejo
O Centro de Documentação e Estudos Etnográficos foi criado pela Associação Rancho Folclórico da Casa do Povo de Glória do Ribatejo em 2009. O espaço reúne um vasto espólio que resulta de registos fotográficos e vídeo das pesquisas efetuadas, da realização de exposições temáticas, da participação em colóquios e palestras por parte da Associação. Um local que apresenta aspetos peculiares da cultura gloriana. A visita está sujeita a marcação prévia.
Morada | Avenida Estados Unidos da América, 17, 2125-027 Glória do Ribatejo
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Estação de Caminhos de Ferro de Marinhais
A Estação de Caminhos de Ferro de Marinhais apresenta um núcleo museológico que integra uma exposição permanente dedicada às gentes e tradições da vila, organizada e dinamizada pela Associação de Marinhais para a Defesa do Património Cultural e Natural da Vila (AMar). A exposição pretende preservar e divulgar as artes e ofícios, as tradições e as vivências das gentes de Marinhais. A visita está sujeita a marcação prévia.
Morada | Rua da Estação, Marinhais
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Museu do Concelho
O Museu do Concelho está localizado no Edifício do Cais da Vala, em Salvaterra de Magos, e apresenta, no seu percurso expositivo, a evolução do território e a mais relevante informação histórica e patrimonial do Município, onde a arqueologia, a ocupação humana, o Rio Tejo, a agricultura, a etnografia, a festa brava e o artesanato são alguns dos muitos temas a explorar. O Museu dispõe ainda de um espaço com múltiplos recursos didáticos a pensar nos mais novos, dando-lhes a conhecer, de forma apelativa, as nossas tradições, usos e costumes e incentivando à interação e criatividade com os conteúdos apresentados. Consulte mais informações em: https://www.cm-salvaterrademagos.pt/concelho/museudoconcelho
Morada | Av. Dr. José Luís Brito Seabra, nº. 137, 2120-052 Salvaterra de Magos
Telefone | 263 509 520 (chamada para a rede fixa nacional)
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Museu "Escaroupim e o Rio"
O Museu "Escaroupim e o Rio", na aldeia avieira do Escaroupim, constrói um percurso expositivo que dá a conhecer a importância do rio Tejo e dos seus afluentes, enquanto elemento de fixação humana e evidencia as atividades socioeconómicas que durante séculos foram exploradas e rentabilizadas pelas comunidades locais. Desde a pré-história até aos nossos dias verifica-se uma ocupação humana contínua e intensa. Os vestígios arqueológicos abundam essencialmente junto das linhas de água, o que denota a influência do rio Tejo e dos seus afluentes na fixação humana e no desenvolvimento económico do território que hoje compreende o concelho de Salvaterra de Magos. Com excelente posicionamento geográfico, clima ameno e fértil, esta zona foi sujeita a uma antropização que se foi acentuando com a passagem do tempo, desde o paleolítico até aos dias de hoje. As atividades ligadas ao Tejo como o trânsito fluvial, barcas de passagem e a pesca, ditaram o aparecimento de grupos que viveram do rio e para o rio, como são o caso dos marítimos, os barqueiros e os pescadores. A pesca é a atividade que ainda permanece em estreita ligação com o rio. Com o passar dos tempos, o peculiar mundo da comunidade avieira do Escaroupim começa a sofrer mutações culturais, ditadas não só pelo consequente mundo dito globalizado que altera os costumes, uniformizando-os, mas também devido ás mudanças no rio Tejo, a poluição, a construção de barragens e o desaparecimento de certas espécies de peixes e aves. Tudo isto provocou a alteração de certos usos e costumes tradicionais desta comunidade avieira. Hoje em dia, apesar do seu Tejo estar diferente e a sua aldeia modificada, o pescador avieiro resiste e continua a lançar as suas redes à agua num processo de aprendizagem que lhe foi legado pelos seus antepassados, perpetuando desta forma a identidade/ memória cultural dos avieiros. O Museu “Escaroupim e o Rio” pretende ser um contributo à memória das várias comunidades ribeirinhas do Tejo, um lugar de afetos, um local de encontro e preservação de tradições e memórias. O Museu dispõe de sanitários públicos para servir todos aqueles que visitam o Escaroupim e vem ampliar a oferta turística naquela aldeia, juntando-se ao Núcleo Museológico da Casa Avieira, aos passeios de barco no Rio Tejo, à observação de aves, ao parque de merendas, ao restaurante panorâmico e ao miradouro natural sobre o rio Tejo.
Morada | Avenida João Belo (ensaiador)
Telefone | 962 411 168
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Museu Etnográfico de Glória do Ribatejo
A ideia da criação de um Museu Etnográfico surgiu de uma conjugação de esforços e trabalhos desenvolvidos pela Associação para a Defesa do Património Etnográfico e Cultural da Glória do Ribatejo.
A Glória do Ribatejo, pelo seu cariz muito peculiar, reunia um conjunto de valores históricos e etnográficos, que a diferenciavam das restantes localidades. A endogamia contribuiu de certo modo para a genuinidade e riqueza cultural da Glória do Ribatejo, contudo a partir das décadas de 60/70 a proliferação da comunicação social, a guerra da ultramar, entre outros fatores, ditaram a mutação e perda de certos valores tradicionais.
Considerando que esta riqueza se estava a perder, a ADPEC iniciou a morosa tarefa de recolhas de peças de cariz museológico. Iniciaram-se recolhas junto da população local, que só foram possíveis graças à colaboração entusiástica da população, que compreendeu os objetivos da associação. Devido à enorme diversidade de objetos, a ADPEC teve que conceber o Museu Etnográfico dividido em várias secções: agricultura, arqueologia, fotografias, bordados a ponto de cruz e vestuário.
No primeiro andar deste edifício está a sala de exposições temporárias. Anualmente a ADPEC desenvolve os trabalhos necessários para conceber uma exposição temporária, que aborde aspetos da etnografia e antropologia da Glória do Ribatejo. O Museu Etnográfico tem como objetivos salvaguardar, preservar e divulgar a cultura da Glória do Ribatejo e assume também um cariz didático, na medida que coloca ao dispor das camadas mais jovens, objetos e utensílios do passado, para que possam compreender a evolução sociocultural desta comunidade. A visita está sujeita a marcação prévia.
Morada | Rua da Fonte Velha, 10, 2125 Glória do Ribatejo
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