Foram retomadas, este mês de agosto, as escavações arqueológicas nos concheiros de Muge. A campanha arqueológica está a decorrer no concheiro Cabeço da Amoreira, localizado próximo da Ribeira de Muge, por elementos da Universidade do Algarve sob a coordenação científica a cargo da Dra. Célia Gonçalves.
Os trabalhos arqueológicos voltam a centrar a sua atenção na recolha de novos testemunhos do quotidiano dos últimos caçadores-recoletores do Vale do Tejo, que viveram nos concheiros entre 8000 – 5000 anos a.C.
Os concheiros de Muge foram descobertos em 1863 por Carlos Ribeiro, datam do período do mesolítico e, devido à existência de vários concheiros localizados na ribeira de Muge, constituem o maior Complexo Mesolítico da Europa.
Podemos designar os concheiros como "colinas artificiais" que se destacam na paisagem, onde se estabeleceram sazonalmente comunidades de caçadores-recolectores. Montículos que serviam ao mesmo tempo de habitação e necrópole, as escavações deram a conhecer vários vestígios ao nível de estruturas de habitação, tecnologia lítica, adornos e práticas funerárias, desta comunidade pré-histórica do mesolítico.
Este ano celebram-se 160 anos da sua descoberta e o Município de Salvaterra de Magos vai celebrar esta data nas Jornadas de Cultura, a realizar em setembro, com o lançamento, no dia 16 de setembro, na Casa do Povo de Muge, da revista cultural MAGOS, um número temático dedicado aos concheiros de Muge e no dia 17 de setembro com uma visita guiada aos trabalhos arqueológicos no concheiro Cabeço da Amoreira.